quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

DISCUTINDO A RELAÇÃO.
Nada nos explica. Tudo nos afeta.
Conviver é a arte da tolerância. Tentar aceitar o mundo que a cada dia que passa parece evoluir para tornar-se inabitável é o eterno exercício de aprendizagem: imenso desafio. Muitas vezes sucumbe-se a acomodação e, até poder recuperar o fôlego para seguir em frente- a imagem é a do Angelus Novus , ícone pós moderno de Paul Klee, impõe-se uma condição catatônica, para que não se regrida, já que é impossível avançar no tempo coletivo.
Por mais que se permitam paradas para estacionar a alma, sempre tem uma hora que não é possível mais se deixar ficar. A esperar? O que? A última gota que vai transbordar um copo já cheio de mágoas? O que está a escorrer será já impossível conter. Por isso o que empurrei com a barriga e deixei para mais tarde se apresenta a me alertar que “mais tarde” é agora.
Eu conto as chaves, do carro, da porta do apartamento, da grade do apartamento, da porta do edifício, do portão do condomínio, da porta de entrada da escola, da sala de aula, da sala de aula da outra escola, do armário na sala dos professores, dos controles remotos que são chaves eletrônicas da garagem da escola, da garagem perto de casa; e as senhas, que são como chaves dos cartões dos bancos, e das lojas, e da internet, do MSN, e do que eu nem sei mais e todo o dia eu como, eu bebo, eu levanto; saio, volto, durmo e sonho, eu lavo, limpo, passo, sujo, telefono, eu escrevo, acordo, escuto, digo, eu esqueço, brigo, adormeço, suo,respondo, olho, desvio, dirijo, eu sofro, rio, danço, eu canso. Eu planejo, desisto, desligo, interrompo, reclamo, leio, pago, confundo, guardo, engordo, alucino, desapareço, machuco, eu toco, assopro, eu desencano, canto, desafino, sussurro, rejeito. Eu exercito , peno, canso; eu escovo, eu molho, rezo, eu odeio, eu corto, respiro. Quanto eu!
Quero separação de mim.
Não quero me separar.
Quero o movimento contraditório do querer. A mente quieta, a espinha ereta e o coração tranqüilo? Nada mais terrivelmente difícil.
Silêncio secreto. O espírito é quieto. A água que chove agora lava o mundo. As gotas do chuveiro do banho me lavam. O rio já não repete suas águas. O volume do copo metafísico se expande para conter, já sem mágoas, a verdade de que ainda eu sou a minha melhor opção.
Já que sou obrigado a me aturar eu vou tentar salvar, quem sabe, a filosofia.
Daqui em diante, amigos: o melhor de mim.
FELIZ NATAL E 2010
Jorge Fortuna Rial

sábado, 31 de outubro de 2009

AOS 50

Essa imagens são do meu processo para criar 50 pinturas em óleo sobre tela com o objetivo de comemorar em setembro de 2010 meu aniversário. 1 obra por ano de vida.
Terei muito trabalho para além de produzir o trabalho, emoldurá-las, conseguir local seguro para expor, divulgar, interessar compradores, apoios e patrocínios.









Todas as sugestões nesta fase inicial de projeto são bem vindas.



quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Acorda bamba!


Depois

dos azulejos despedaçados

da mangueira de gás vencida

das faltas cometidas

das contas não pagas

da viagem prá Europa

pane na camera filmadora

e pseudo síndrome de fadiga crônica

meus quilos a mais poderiam desaparecer

o tempo melhorar

a turma se encontrar

o sorriso voltar pro meu rosto.

Fazer as pazes.



domingo, 16 de agosto de 2009

bicicletas



a rua joãotelles em porto alegre deveria aos domingos estar liberada para que os ciclistas pedalassem em segurança. infelizmente, existe a falta de respeito à faixa reservada.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O nome de um personagem secundário de qualquer história, mas que dá sentido para o enredo. O artista. Pode ser um pintor. Famoso por realizar um trabalho genuíno no sentido de que a pesquisa da técnica e do conteúdo formal, recorrentes, ocasionalmente produz uma coleção que pode ser apreciada em uma exposição a cada 12 meses. Cada quadro merece uma garrafa de bom vinho. Não quer dizer bom vinho de enólogos, mas sim no julgamento de quem beber. Então é um vinho que custa mais caro na prateleira dos vinhos. Beber requer companhia, que requer comunicação. Antes de comunicar, encontrar a roupa adequada. Aparentemente é preciso agradar. Sem o encontro, não tem porque se vestir bem, muito menos sair de casa para comprar vinho. Não é preciso pintar quadro para saber que arte é a profissão do arrogante.

domingo, 9 de agosto de 2009

Lars Thorwald

Lars Thorwald
Estava saindo às pressas do elevador em direção da porta do edifício quando senti a necessidade de bisbilhotar na caixa de correspondência. Costumo sabotar minhas saídas, atrasando, ao voltar até em casa para conferir se esqueci alguma coisa que não faria nenhuma diferença se deixada para depois. Depois da janelinha de madeira do painel de números que correspondem aos apartamentos encontrei um bilhete com um nome escrito. Não pude ir adiante. O trabalho que aguarde. Acordei. Os lençóis pouco revirados, o que indica a tranqüilidade do meu sono. Não tinha nenhuma pista de estar sonhando. O sonho era daqueles que surpreendem pela lógica a ponto de fazer suspeitar, que não se trata de um sonho, mas da realidade concreta, até que acordamos e descobrimos que nem a vida real é tão inquestionável. Preso em casa e preso dentro de mim mesmo. Sentia a necessidade, absurda, novamente, de me lembrar de tudo, toda a minha vida de novo. Dessa vez sem interpretações errôneas. A memória é o fantasma que nos fala. Começou a chover e eu sentei na poltrona em frente da televisão e ali fiquei por três meses. Meu interesse centrado na tela plana do aparelho e no mundo de duas dimensões que transcorre por detrás do vidro. Trabalho, contas para pagar, o que de comer, higiene, conversas com as pessoas foram ficando em segundo plano. Estava dominado pela existência de um universo paralelo que significava mais do que a própria realidade. Olho para as letras do bilhete sobre a mesa.
Lembro da confusão das minhas idéias. Se idéias fossem seriam confusas? Precisava. Necessitava. Aumentava. Ampliava o som que na madrugada escutei. Nada não tem nexo. Eu sei, é tão difícil dar sentido a existência, mas não é possível não existir. Quero chegar ao limite do inaceitável quando não poderei mais continuar do mesmo jeito que estou. Quero ter a sensação de que não fiz força para viver, que me deixei levar pelo tempo que escorre como pingos de chuva que vão criando valos sulcando a terra e se aglutinando com a água e escorrendo e seguindo um curso que não é curso nenhum pois simplesmente é a mistura das matérias da água com a terra não aderente que faz escorrer.














quarta-feira, 5 de agosto de 2009


“Ninguém me disse que chegaria o dia que o meu cansaço seria de viver não pelo que já passou, mas sim viver o que virá”.
Em março de 1995 eu vi uma amiga passar mal por causa de bebida quando tentava comemorar o aniversário dela. Naquela noite, com 34 anos de idade, depois de conviver com algumas experiências com saídas, voltas e revoltas dos vícios, decidi me liberar do consumo de bebidas e refrigerantes.
De um jeito que não sei explicar concluí que Coca-Cola é um coadjuvante do álcool. Na continuidade desse processo, depois de mais alguns anos larguei o vício do cigarro, que eu mantinha por vinte anos e, finalmente mudei, em 2001, a minha alimentação excluindo da minha dieta o consumo de carne, toda carne, ou seja, tudo que me olha enquanto ser vivo.
Agora em agosto de 2009, vivendo uma crise depressiva causada pelo “trauma” da volta da experiência de dois meses na Europa e Inglaterra, depois de passar mais de cinco meses “meio” perdido nesta realidade subdesenvolvida (socialmente injusta) da cidade de Porto Alegre, que já tentei amar e que hoje em dia pouco consigo contemplar, senti a necessidade urgente de voltar a me encantar, nem que seja pelas dores das calçadas, cinzas e sujas que fui aprendendo a evitar. Dessa necessidade e vontade de sair do sedentarismo que me gruda à cama e à televisão surgiu o projeto pessoal de trabalho que estou criando, e resumindo, será o retrato do meu processo de melhora.
Trata-se de um diário de imagens.
Está prevista a minha saída pela manhã de amanhã, e a disposição é de caminhar até a Redenção, fotografando imagens que correspondam ao estado de espírito em que me encontrar. Quero caminhar por mais ou menos uma hora e na semana realizar pelo menos três passeios. A idéia é criar repertório de imagens diferentes em cada atividade. E publicá-los em um blog.
“É importante atentar para o que é preciso manter em resguardo. Trata-se da distancia a manter dos elementos nocivos a minha paz espiritual, pois junto aos vícios que pude vencer estão pessoas a exercerem convivências viciosas e querendo minar as minhas defesas existências. Essas influências são danosas, tem de permanecer anuladas”.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

FIM DO MUNDO (MEU)


Em tempos de morte que vem chegando, na forma de vírus pelo ar é oportuno refletir um pouco sobre a vida que pode estar na iminência de findar. Por isso penso em deixar minhas desculpas explícitas, por algumas ações minhas que ainda são latentes sem se tornarem concretas como eu gostaria que fossem. Na minha trajetória tem muitas alegrias e conquistas que me causam orgulho e fazem sentir que contribuí para melhorar o caminho que percorri. Eu tive sonhos e concretizei muitos deles, conheci e convivi com pessoas interessantes, inteligentes, humildes, honestas, que acrescentaram muito na minha experiência. Viajei, conheci lugares, conheci almas e amores. Lembro de muitas aventuras deliciosas e isso certamente ajuda-me preencher o vazio que algumas vezes me invade na solidão. E, principalmente tive uma infância cheia de magia. Eu acredito não em espíritos, mas, em um único espírito comum a todos os seres humanos e que o livre arbítrio nada mais é do que o equilíbrio que mantemos entre esse espírito e nossas ações. Não fosse isso crimes não seriam cometidos em nome de Deus. Mas a reflexão maior é sobre aquilo que não realizei. Isso pesa muito, porque eu sou alguém que tem na cobrança e na crítica, marcas da minha personalidade. E é por acreditar nisso que sinto não ter realizado com mais ardor meus objetivos que fui aprendendo a reconhecer através do tempo passado. É a preguiça que eu tenho de reconhecer o que me faz ficar tão distante das minhas realizações que almejo. Não quero dizer com isso que eu sou um fracassado, que eu vivo com pena de mim mesmo. Só que eu queria ter sido mais aventureiro do que fui, mais ousado, menos cheio de temor. Porque sei que todas as vezes que enfrentei meus medos eu me fortaleci. Talvez com uma mente menos tomada de desejos e criatividade e realçando o lado mais prático eu tivesse equilibrado melhor minha existência. Saber disso é ainda querer viver. Esse texto pode vir a ser um novo início. Escrever é esse ato de contratar esforço para poder realizar daqui para diante novas ações. Assim como foi no passado quando tive atitudes que desencadearam eventos importantes, mas que na época pareciam que não levariam a nada sei que correr o risco por mudanças é o que pode me fazer alguém melhor. Profissão, amigos, vida afetiva, novos estudos e projetos que me ajudem a transformar o mundo em um lugar melhor para viver independente das desgraças que nos tentam paralisar hão de contemplar minha existência neste planeta de forma a manter o espírito que irá incorporar as novas gerações.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tridente que cutuca.


“E eu quero é que este canto torto,Feito faca, corte a carne de vocês.”

A anestesia era inimiga da estética que era amiga da arte.
A sensibilidade tem caminhos que olhar algum jamais ousou percorrer.
Neste contemporâneo pós-tudo, tudo nos leva ao nada. Passamos na correria pelo trabalho, rapidinho na família, logo, logo pelos amigos, pouco na frente do espelho, de soslaio pela aventura da paixão. Desprezamos a contemplação, pois que! Perdedores, os que assistem sem tomar parte de nada. E novamente a realidade dos shows e, realities shows da vida reforçam o lado do anonimato, da insignificância, da não celebração de celebridades instantâneas. Guardamos nossos medos, rancores, frustrações, mágoas, insatisfações, indignações, revoltas, e invejas em arquivos protegidos no nosso hard ware emocional. Uma inveja que me assusta é a tal de inveja branca. A que faz mais mal, porque não pode nem reciclar-se em admiração pelo outro, pois vira pecado. E então numa noite qualquer numa rua qualquer em uma parede qualquer um gato assombradamente irado com dentes de tubarão mira feroz para toda essa necessidade de soltar os bichos da alma. Tal qual esfinge sua figura desafia com um enigma. Onde eu existo? No artista que me criou, em um espaço ilógico? (mesmo adorando jamais entendi a frase: você pega o trem azul, o sol na cabeça, o sol pega o trem azul, você na cabeça...) É necessário não se acomodar, afinal toda canção de amor também corrói como convém o coração de quem não ama. Todo enigma liberta ou aprisiona. Não há possibilidade para a indiferença.


A arte no hoje no fim das contas voltou a ser pelo menos para muitas teorias da Arte contemporânea, o que era no início: o produto de qualquer atividade humana.
Seria lugar comum dizer que a obra do artista Tridente desafia rótulos. É grafite, pintura mural, Arte urbana? É Arte. Quanto ela mede? Do tamanho de um pedaço da perna até toda a cidade. Que suporte? Ás vezes, aproveitamento de embalagem, noutras as paredes e muros, em outras os tradicionais papéis para desenho, tecidos ou todas as superfícies improváveis, porém, possíveis nas invencionices do criador. Tridente explora com habilidade a catarse do habitante urbano com imagens. Num site de artistas é possível se deixar cutucar de um jeito afiado e humorado. Tridente seria também uma homenagem as famosas réguas dos arquitetos? Arte de persistência e resistência? Não serei desonesto a ponto de atribuir ao artista influencias e comparações com outros artistas conhecidos ou anônimos, amigos, grafiteiros ou a margem do reconhecimento oficial. É tudo isso e nada disso. No seu repertório de imagens, as personagens, símbolos e signos se constroem obedecendo aos princípios da colagem e da publicidade. Um elemento gráfico repetido muitas vezes pode tornar-se o pano do fundo da obra. O jogo com as cores pode ocupar maior destaque e desprezar o conteúdo, que ás vezes não é mais do que pura invenção, na intenção da diversão. Mas como a sensibilidade jamais é apenas alegria, o tridente de Tridente cutuca a sensibilidade para o corte, o curativo, o sangue em hemorragia, a dor que é inevitável porque produz criação. Tridente atiça esse fogo na medida justa para contê-lo como espaço de obra. Obra contemporânea que não transforma o mundo em Arte, mas solicita o espaço do mundo em comum para nele se instaurar como tal. Arrisco a sugerir que obras dos artistas que produziram Arte Postal e as gravuras POP dos anos 70, seriam oriundos das matrizes para a compreensão do trabalho de Tridente. Evidentemente que, o entendimento literário, que seja abusado o suficiente há de meter-se a criticar e julgar o que Tridente mostra.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson - O olhar que se calou.


Quanto mais conheço mais me conheço quanto menos conheço mais me desconheço. Quanto mais vejo mais sou visto.
"Billy Jean…
Remember to always think twice…
I’m the one but the kid is not my son…
Eu tava jogando sinuca uma nega maluca me apareceu com um filho dizendo que o filho era meu"...
Michael Jackson foi o astro mirim da minha puberdade. "One day in your life", "I'll be there" e "Ben" esquentavam nossos corações para “dançar junto” nas reuniões dançantes dos anos 70 em Porto Alegre.
Depois de muitos anos, pude desprender meu olhar POPificado e colonizado, para entender um pouco mais da sua estética quando ouvi em uma fita K-sete com o Caetano Velloso a música Billy Jean mesclada ao samba. (E, os negros que sofrem horrores nos becos do Harlem...)
Nesta madrugada de junho enquanto escuto a rádio alemã da Internet homenageando o artista, não com o silêncio, mas divulgando sua desencarnação há pouco ocorrida, flashes de sua história, e sua música, relembro o que vi, há poucos dias na TV em um programa de dança e reconheço naquele artista uma antecipação do que hoje vemos como expressão da dança de rua urbana e da música negra, como rap, hip-hop e funk. Alimentam-se do pioneirismo que o Rei do POP anunciava. A sintonia do Superstar com a globalização pode tê-lo tornado louco em prol de um mundo mais são? Lembro do comentário de Gilberto Gil quando questionaram sobre Ele, e a resposta surpreendente: se os brancos querem escurecer sua pele nas praias, no verão, por que negar ao negro o branqueamento? Simbolicamente, o desaparecimento desse ícone esconde o desaparecimento daquele homem que é visado, e visto, e olhado, admirado na mesma dimensão em que olha e admira o olho que o observa. Michael Jackson, como em um dos fantásticos vídeos clips remete ao olho egípcio frontal que a tudo observa, nesse jogo de olhar e ser olhado, o que pode levar a uma confusão de personas, e que agora incompreensivelmente se interrompe. Meu coração se aquecia e também ao coração de Michael aquecia para levar adiante sua missão de encantar com seu som genuíno. Essa chama no coração evoluiu ao ponto de alcançar o limite de um estado mais puro, calmo, silencioso, e morno a esfriar aos poucos e literalmente se diluir, evaporar, estar no ar, causar sua morte. Uma homenagem com duas possibilidades: de um grande silêncio ou de uma festa de sons. Tudo menos a indiferença.

segunda-feira, 30 de março de 2009

EM PARIS


A cantora é japonesa e se apresentou em Paris no Club de Jazz Sunset-Sunside
Se chama Ayano Onodera. Delicada e muito afinada, encantou a todos com sua voz aveludada. Ultrapassou a barreira do idioma mostrando a vibração terna da melodia vocal, sem legendas.
February 9, 2009 at the Sunset-Sunside http://www.sunset-sunside.com (Paris)with Alfonso Pacin (guitar, violin), Guillermo Benavides (contrabass)60, rue des Lombards - 75001 Paris (metro Châtelet)
Essa artista tem um trabalho recentemente visitado numa galeria de Paris. Ela reúne na video instalação as linguagens de cinema, desenho e dança Trata-se de Laetitia Legros.

Links europeus




Porto Alegre.

Terminada a aventura européia, iniciada a epopéia gaúcha.

Organizo meu tempo e minhas lembranças para registrar locais interessantes por onde andei que tenham acesso por sites.

Primeiro é o ZAKK, que pode se conhecer o site em alemão somente no http://www.zakk.de/ Lá é um centro cultural alternativo onde assisti os músicos do AMSTERDAM KLEZMER ENSEMBLE. Ecléticos na sonoridade e super competentes, deram um show de calor e vibração que animou por mais de duas horas a platéia jovem alemã, ávida por ouvir cada vez mais as composições experimentais do grupo.

Lá também ocorre uma moda na Alemanha, que é o SLAM, trata-se de uma performance em que a palavra, em prosa e verso é o destaque nesse sarau, assumindo-se obra de arte.




Quem diria que essa foto é de um circo?
Pois trata-se do TIPI. Um circo-restaurante de Berlin. Lá assistí um espetáculo de comédia dos The Umbilical Brothers, uma dupla fantástica que mistura pantomima com dublagem. Os sites deles é http://www.tipi-am-kanzleramt.de/en/venue/ e o http://www.umbilicalbrothers.com/site/index.php



terça-feira, 24 de fevereiro de 2009


24 de fevereiro de 2009


Bergamo, Itália.
Hoje fui conhecer uma cidade que fica distante uma hora de trem daqui.
Lecco. É menor ainda do que Bergamo, com uma paisagem belíssima e um lago de água transparente ao pé de altas montanhas em cujos picos podem-se ver a neve acumulada deste inverno. Tive o desejo de passear pelo lago, mas só é possível em abril, conforme anúncio na bilheteria do cais. Almocei “pasta”: “penne com verduras”, em um restaurante pequeno todo envidraçado e pé direito duplo. Ali tocava uma seleção interessante de música eletrônica e vi que, trata-se de um local para festas, além do almoço. Num canto havia espaço para DJ com aparelhagem instalada. Pude imaginar uma noitada naquele lugar com as luzes da festa atravessando as paredes transparentes que deixam a mostra toda beleza da cidade. Comi sorvete, voltei para Bergamo e me diverti olhando as crianças que brincam pelas “Piazzas” o Carnevale Italiano. Amanhã pretendo ir a Veneza passar o dia. Dessa forma quero encerrar as novidades de cidades que estou conhecendo nessa viagem que tem seus dias contados para acabar.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

22 de fevereiro de 2009
Bergamo, Itália
O frio persiste, mas com 8 graus de calor. O sol também ajuda a aquecer através da fina névoa úmida que ambienta esse cenário cheio de história.
Ontem ao me encaminhar para a estação de trem rumo a Milão, vi um prédio envidraçado anunciando uma exposição de arquitetura e urbanismo para a cidade de Bergamo do futuro.
Entrei no lugar e me deparei com vários mapas da cidade expostos com desenhos propondo intervenções. Havia também um vídeo onde o narrador explicava as propostas e razões. Identidade, competitiva... Esses dois conceitos entre alguns outros justificavam as propostas que revitalizavam os espaços ociosos da cidade, ampliavam as ciclovias, construía novos prédios. Maquetes e grandes fotos do sítio urbano com a colagem sobreposta das propostas permitiam a visualização do que está por ocorrer em Bergamo. Uma das que mais chamou a atenção foi de ampliação das áreas verdes e a criação de um cinturão verde, ou seja, a plantação de árvore ao redor do limite da cidade a fim de garantir uma melhor qualidade ambiental. Os belos projetos e maquetes estavam identificados no caso da realização estar em andamento. O que garantia a veracidade da execução.
Hoje eu fui até a Citá Alta conhecer a ruína de um castelo medieval. Fica na montanha oposta a do albergue onde me hospedo. Lá pude apreciar a bela paisagem de Bergamo e passear por estreitas ruas cheias de beleza e história. Comi um doce delicioso chamado polenta e pizza cortada a tesoura. Pomodoro sechi e caprese. Na volta perto da Avenida Giovanni XXII tomei sorvete: morango e chocolate.
O silêncio na manhã em Bergamo mereceria um texto. Ou um poema. Lembrei da cena, em que o carteiro, do Carteiro e o Poeta, enviando uma carta para Pablo Neruda conta do som das estrelas.
A voz da Lua.
O silêncio em Bergamo é cheio de poesia.
E, quando os pássaros cantam é um canto silencioso.
17 de fevereiro de 2009
Pesadelo em Amsterdam
Alguém tinha emprestado a casa para eu ficar por um tempo, talvez um fim de semana.
Lembro de ali ter muita madeira especialmente no chão. Por entre as frestas da madeira era possível ver a grama do chão irregular onde a casa foi construída. Essas frestas chamavam atenção por sua irregularidade, ou seja, alguns vãos eram maiores que os outros, outros eram recortados. Prestei muita atenção nos veios da madeira. As bordas das tábuas tinham o desenho de contorno de litoral de mapa, desses que vemos em fotos tiradas de satélite. A grama era de primavera. Pequenos frutos silvestres marrons salpicavam o chão realçando a fosforescência do tapete de grama verde. Continuei andando pelo lugar, lembrando das palavras de oferecimento do amigo dono da casa. Quando eu abri a porta que dava para o espaço exterior da casa tomei um susto: dois porcos imensos maiores que a largura da porta. Eles invadiram o recinto. Eu me afastei rapidamente para dar passagem e percebi que um deles se erguia sobre duas patas e deixava sacudir o membro como que oferecendo ao outro porco. Sai dali e tentei pegar minhas coisas, que deixei num espaço no canto de uma cozinha com muitos objetos. Mas nenhum com a forma definida. A impressão era de que eram apenas volumes imprecisos estofados espalhados no ambiente que lembrava uma cozinha. Não consegui pegar coisa alguma, pois ao olhar para uma dessas formas indefinidas de cor esverdeada percebo um movimento nela. E vejo o olho de alguém, ou de alguma coisa, rapidamente se abrindo, e logo em seguida desaparecendo na camuflagem. Sinto pânico e resolvo sair dali imediatamente Porém começam a brotar do chão, milhares de formigas. São de dois tipos. Uma é do tipo miúdo, quase um ponto a se deslocar em correria. A outro é do tipo Salvador Dali, graúda, e veloz como a outra. Penso em por fogo naquilo tudo, mas lembro que a casa é de outro. Enquanto tudo acontecia, eu ouvia vozes de fora da casa e todo o tempo eu pensava que devia me comunicar, e pedir ajuda. Lembro, depois de ter narrado ao dono da casa como foi difícil para mim, ter enfrentado aquilo. Ele concordou e eu acordei.
16 de fevereiro de 2009
A caminho de Amsterdam
Em Paris, na sala de cinema entrei com o bilhete para uma sessão, mas era outro filme. Quer dizer que a princípio eu pensei se tratar de outro filme, mas na verdade eu comprei o tíquete para assistir uma comédia de François Ozon, chamada “Ricky”, que vi o cartaz na Berlinale e, quando entrei vi, desconfiei do outro, filme.
Quero dizer, eu estava no horário, mas o filme já havia começado. Tinha uma cena engraçada acontecendo e eu estava vindo de Londres, que tem outro horário. Eu pensei que podia ser o filme enfim a cena era interessante e eu fiquei. Depois eu fiquei sabendo que eu tinha olhado para o valor do ingresso de seis euros e alguma coisa e confundi com o número da sala. Era grande o desenho do número. Pequeninho ao lado estava o número da sala correta que eu não entrei: sala 07. Bom: o filme mostrava a trajetória de um leste europeu a caminho de Paris e por coincidência ele se passou em parte na rua do cinema onde eu estava assistindo o filme (“á la” metalinguagem): a bela “Champs Elyseés”. E tratava-se de uma fantasia sobre a magia de querer estar num outro lugar, acreditar nessa magia, viajar e ir buscar a fantasia que essa magia pode concretizar. Não tem como ser mais parecido com aquilo que eu estava vivendo naquele instante. Sofrer por Paris, por viver a magia da luz de sua torre cheia de brilho. O filme de Costa-Gravas mostra a Paris da desilusão, da riqueza contrastando com as necessidades humanas mais básicas. Ele é muito real e as cenas que ocorrem no filme são realmente muito parecidas com aquilo que se vê nas estações de metro, com a polícia, com o mundo dos mendigos e sem teto, nos olhares que podem nos ser generosos, mas também frios e de indiferença. A cena do garçom orgulhoso por ajudar a matar a fome da personagem é constrangedoramente piegas, mas profundamente verdadeira. Há a Paris de pessoas. Que quer acordar. Que quer ser do mundo todo. Mas não pode.
Outra cena, a do gari ignorante do mundo das letras e que sobrevive pelos desvios da solidariedade.
Essa odisséia do estrangeiro que confunde o próprio desejo, transitando pela crueza do mundo a alimentar a esperança de felicidade me achou ali na escuridão da sala de cinema. Triste e satisfeito como o herói incógnito Elias. Eu e Elias acreditamos numa possibilidade de generosidade por magia. Às vezes achamos que a beleza do por do sol existe porque nós anunciamos o fim do dia. Não é verdade, pois o sol vai brilhar e se por e voltar a ser mágico sem mim ou Elias para olhar. Mas não custa nada imaginar que também merecemos, eu e ele um lugar no mundo, um lugar para estar.
Saí do Cinema Gaumont Champs Elyseés e vi o que Elias via. A praça, o monumento do Arco do Triunfo, a avenida com os pedestres e carros a transitar como no filme. A torre Eiffel, pela última vez. Dessa vez eu não a iluminei.
Vivi numa canção. De Costa-Gravas.
Encaminhei-me para a Gare Nord, saí de Paris, saí da França. Voltei para a Alemanha.
O Elias, com seu poder de iluminar o mundo agora, é letra, é grão.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

em koln alemanha 19 fevereiro karneval

uma viagem pode ser relatada com diferentes olhares
atraves da culinaria, pelos sabores
atraves da arte visual, pela musica, pelo teatro, museus e historia
pela arquitetura
nos meios de transportes e comunicacao
pelos lugares de hospedagem
pelos habitos cotidianos, horarios, comercio, trabalho
pelos banheiros, pelos cheiros
pelo contato humano, pelas pessoas dos lugares (ou diferentes tipos de chineses he he)
pela moda (e que moda)
pela paisagem, pelos sois, estrelas e luas
pelas temperaturas, pela chuva, calor, neve
viajar e como amar
"amar eh mudar a alma de casa"

sábado, 14 de fevereiro de 2009



A batalha de Waterloo


14 de fevereiro de 2009.
Pessoas no vagão do trem de metro.
Solidão: perceber que eu estava só e que todos ali não trocavam uma palavra. Diferente de outros espaços no mundo ali na escuridão do túnel que atravessava a cidade de Londres eu percebia o que era um silencio cúmplice. Muito meu conhecido. Os cartazes anunciavam um futuro branco com pontos de cor. Uma nova cidade. Isaac Asimov. Um novo mundo. Orwell. “Low Carbon”. Uma promessa a ser colorida. Uma esperança.
Perdi o lugar da Tate Modern. Estava na Tate antiga. Tomei o 77 na direção contrária. Fui parar no subúrbio. Resolvi retornar com trem. Tomei o da linha negra para a estação de Waterloo. Intuito de chegar até a Tate Modern mais rapidamente. Desci para o “undergound”. No subterrâneo de Londres as paredes estavam recobertas por sacos plásticos e tapumes de obras. No vagão nenhum anúncio de estação, sem a voz que anuncia costumeiramente a direção e a próxima estação. Nada. Pelas janelas do vagão apenas uma sombra negra voava do outro lado na velocidade da passagem. O silencio é total. Só, eu grito internamente um pedido de socorro. Não havia palavra, ou resposta, só olhar. Só a mudez dos passageiros. Todos estranhos para si. Não havia duplas, não havia grupos, ninguém tinha o que falar com ninguém ou para quem dizer alguma coisa. Eu encontrei ali minha turma, a turma dos que não tinham com quem falar, com aqueles que fazem seus trajetos contando apenas com si. É muito assustador encontrar consigo mesmo. Pode ser o melhor ou pior momento. Não há porque voltar lá. Lá tive de imaginar o futuro e depois compreendi que a pós-modernidade é a não certeza do tempo. Ali em aqui em Londres onde o passado insiste em avançar futuro adentro e o futuro se anuncia na picnolepsia dos movimentos imperceptíveis meu olhar atravessa essa incerteza. Eu vejo a cinza das luzes, a cidade toda, a comida da Índia, do Japão, da China, do Oriente, da Itália, americana... Tento entender o neoliberalismo. A idéia do mundo é inglesa. O inglês me ensinou como conceber o mundo, seus conceitos. ¿Como não vi isso antes? O que fazer com a felicidade, que possibilidades, que soluções podem existir para fazer desta cidade mais do que um templo de consumo e diversão e beleza? Ela é uma cidade sem grades, mas também um lugar onde a elegância facilmente pode vir a ser vulgar. E, que haja o que se preservar nos seres do subterrâneo. As camadas que nos tornam capazes de sonhar e viver com o sonho...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

PARIS É UMA PIADA

ANTES DE PARIS
Dia 5 fevereiro
2 da manhã
Albergue da Juventude em Wansee-Berlin
Poucas horas me separam de Paris. Escuto no fone do note a Rádio Hamburgo que, suponho sintonizada pelo “Bluetooth”, considerando que a “wireless-internet” está “logout”.
Repenso o dia que passou.
O show dos Umbilical Brothers (dupla de australianos) no TIPI, circo permanente perto da porta de Brandemburger. A primeira piada foi: achamos Berlin linda cidade, só que sentimos falta de uma coisa: mais museus.(risada geral) Por favor, façam um museu de museus. Mais risadas. E assim seguiu-se uma bela e divertida apresentação de mímica e pantomima que aqueceu a alma do público. Eu estava em uma mesa com mais três pessoas com as quais não conversei. Comi Belguisch Waffel com sorvete de pistache, creme chantilly e geléia de frutas. Sabores, texturas, temperaturas, aroma. E que bela imagem. Inesquecível. Antes perambulei pelas ruas da outra Berlin, a dos imensos condomínios residenciais, longe do glamour da Postdamer Platz. Almocei na Galeria Kauhof. Vi uma passeata pelos direitos humanos do SriLanka .
06 de fevereiro
EM PARIS
PARIS É UMA PIADA
Todos sabem da fama dos parisienses de pouca higiene. E dos maravilhosos perfumes.
Hoje pela manhã depois do meu “petit dejeneur ici en aubergue” (café da manhã aqui no albergue), resolvi tomar uma ducha, já que dormi direto desde ontem devido ao cansaço da viagem de Berlin e dos passeios por Paris em companhia da prima Carmem Silvia, habitante daqui.
Pois então, depois de tudo preparado para o banho percebo que a porta de vidro do banho tem a largura quase do vão do banho. O que impedia de eu acessar a ducha. Percebo então que a altura da porta encaixa-se logo abaixo da saída de água. Realizo então a manobra de temperar o banho e empurro a porta contra a parede para acessar a ducha. Ou seja, ao mesmo tempo em que me molho eu me ensabôo e empurro com o corpo a porta. Automaticamente imaginei todos os banhos franceses em todos os lugares, todos tendo de empurrar uma porta como aquela.
Abrir um frasco de Chanel nº 5 é tão mais agradável! E fácil.
Amigas (não direi os nomes para dar falsas ilusões): Torçam por mim já que hoje a tarde devo sair a comprar perfumes. A intenção é encontrar pelo menos um pequeno frasco para levar de presente para cada uma de vocês.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

o endereço eletrônico da responsável pela coação

ela se chama Katja Nowroth e o e-mail é nowroth@goethe.de

Polêmica questão financeira perturba um passeio pela Europa.

Como se sabe, a crise financeira mundial atrapalhou os planos dos brasileiros que tinham a vontade de saborear o mundo europeu nestes gelados meses de janeiro e fevereiro. Seria nossa (dos que assim entendem) a culpa de acreditar que o mundo pertence a todos que nele habitam? Meu trabalho de 60 horas semanais como professor na América do Sul não justifica o meu desejo por férias onde eu bem entenda que mereço? Para o Goethe-Institut em Berlin, não. A julgar pela mensagem que recebi de lá (daqui), cobrando mais de trezentos euros pela minha INTENÇÃO de estudar naquela escola, que foi frustrada justamente pela crise financeira que elevou o euro de 2,40 reais quando paguei o curso de Düsseldorf no Brasil, para 3,50 reais quando o Banco do Brasil me vendeu 2000 euros. Amigos, isto é uma saia justa internacional. Não devo levar em conta que assim como as reservas em hotéis tem taxas antecipadas justamente para que desistências não causem ônus aos estabelecimentos também o Goethe-Institut, instituição renomada que, aliás, ocupa um belíssimo e elitista prédio em um bairro nobre de Porto Alegre, deveria ter um mecanismo de garantir taxas antecipadas? Deverei eu estar passando por esse constrangimento recebendo mensagem de cobrança para que seja efetuado o pagamento até dia 7 de fevereiro? Se por uma fatalidade que estava além do meu controle, não foi possível realizar meu intento de estudar dois meses ao invés de apenas um como fiz de fato, eu devo ser responsabilizado? Eu tenho recursos para viajar pela Europa, pois trabalhei muito em prol desse sonho, assim como já fiz em 1989. Mas, devo dizer que a estada em Düsseldorf deixou a desejar em alguns aspectos, a começar pela hospedagem, em um lugar distante que tinha o chão imundo..., nem ao menos esponja para limpar ou sequer detergente de lavar louças. Eu comprei esses itens com meu próprio dinheiro apesar de constar em contrato que a higiene do lugar seria de responsabilidade da senhoria que me hospedava. Quanto ao curso, as datas na verdade não correspondem. As aulas começam depois do prometido e acabam antes. A professora faltou e a sua substituta disse que ela estava doente. Depois a própria professora disse que o pai havia falecido. Em um país em que seus habitantes se orgulham da veracidade há de se estranhar a divergência de informações. Outra informação eu não foi bem comunicada se refere aos colegas de classe. Tenho um trabalho com educação de jovens e adultos para o qual preparo a monografia de conclusão no curso de especialização da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Eu entendo, assim como outros professores que, adequação idade/série é um elemento fundamental para garantia da qualidade de aprendizagem e turmas onde se mistura adolescentes com adultos tendem a ter conflitos que impedem bom aproveitamento. No Goethe-Institut de Düsseldorf tinha estudante com 16 anos na minha mesma turma com adulto de 48 anos, e até mais de 50 anos. Era mais lento para respostas imediatas e obrigado a aceitar a intolerância de alguns alunos, quando não o deboche pelas dificuldades que eu apresentava com o idioma alemão. Quero deixar claro que estou apreciando muito essa experiência, pois a Alemanha é um belo país, seguro, limpo e seu povo gentil e cortês. Os professores do Goethe-Institut são excelentes profissionais como pude comprovar sendo aluno de Sabine Voss-Rudolph em Düsseldorf. Eu lamento que meu desabafo crie uma mácula na minha relação com esse país. Porém é essa a maneira de tentar expressar o meu direito de não ser explorado, ao ponto de enxergar como um direito do Goethe-Institiut algo que seja uma artimanha para constranger-me a pagar por algo que não é dívida minha.

COM QUE ROUPA







Terça-feira, 03 de fevereiro de 09
Da Berlinale

Com que roupa?
Berlin está às vésperas de seu maior evento de cinema. O mundo todo também. A cidade mostra a expectativa nos “backlights” espalhados nas calçadas, no chão das estações de trem e metrô, nas bandeiras que se vão hasteando pelas ruas, em especial na praça do obelisco imortalizado no cinema em “Tão Longe tão Perto”. Nas fachadas dos cinemas, dependurados, imensos panos vermelhos estampados com o urso avisam do que está por vir neste próximo dia 5. Além do urso, Penélope Cruz é a cara da Berlinale, versão publicidade L’Oreal . Ontem as 10 e quinze da noite o Kino International realizou seu MONGAY- mistura de Montag (segunda-feira em alemão) com Gay (gay em inglês). Pudemos assistir: filmes em projeção digital e palestrante concreto (não digital). Sentados em cadeiras tipo diretor vermelhas bebendo vinho, cerveja, para quem gosta e quer gastar no bar dentro do cinema. Sob a luz colorida de holofotes. Eu levei suco de laranja e sentei no chão, pois estava lotado. O primeiro vídeo-documentário é de Israel e trata da vida noturna gay de lá. Pausa, para o comentarista da Berlinale, indicar filmes interessantes e depois um vídeo mostrando a iniciação sexual de um jovem, falado em inglês, mas com sotaque latino. No kino International apanhei a revista com a programação que, pode imaginar, é extensa nos seus dez dias de acontecimento. O filme da abertura promete violência: The Internacional, com o lindo Clive Owen. Por que será que imagino uma temática do tipo O Corte, de Costa-Gravas? Acho que porque os americanos re-filmam acreditando que estão realizando a história original... Mágoas latino-americanas à parte, eu vejo Garapa, de José Padilha como filme representante do idioma português. As celebridades devem aterrissar no dia 5 e eu estarei decolando rumo à Paris levando minha bolsa vermelha que comprei como a Offizielle Berlinale Tasche. Cheguei quase nove da noite na Potsdamer Platz Arkaden, que é um assunto à parte sobre o luxo desta cidade encantadora. O quiosque fechando, mas descolei o item. Ainda, saí antes do final do MONGAY achando que perderia o trem de volta para Nikolassee. Na verdade poderia ter ficado mais uma hora. E teria valido cada minuto.

sábado, 31 de janeiro de 2009


Sábado 31 de janeiro de 2009
MEA CULPA
O Café Aroma é ponto de parada dos turistas que, entre o Portão de Brandemburgo e a Catedral de Berlin, refazem-se das três horas de visita guiada livre. Ali à espera de um cappuccino com croissant escuto a chamada pelo nome: Roberto! Do meu lado passa para receber seu pedido um homem que de repente faz estralar a minha imaginação de memória. É preciso salientar que imaginação de memória tem a ver com uma idéia sobre o passado e não um registro documentado de um fato passado. Olhei e disse para meus botões com a lembrança afetiva de 13 anos de idade: O Roberto, marido da Luciana. Não! Não pode ser! É o filho do Roberto com a Luciana que é igual como o pai quando eu conheci. Esperei ele se acomodar em uma mesa e me aproximei. A guia do grupo dele conversava com ele e o amigo dele. Ela em pé falando, eu de pé ouvindo, eles sentados respondendo. Quando ela se afasta em meio aquela multidão que lotava o lugar eu arrisco! Perdão!Tu, veio do Brasil? Ele responde que sim. Tu és filho do Roberto França? Ele acena afirmativamente. Ó Deus, tu és como era teu pai 35 anos atrás, quando eu o conheci. O mesmo olhar sorridente. O que ele responde então? Ah. O que ele poderia ter respondido se de fato isso tivesse acontecido? Eu, na verdade tentei em meu inglês sofrível, que dá pro gasto perguntar se ele é do Brasil. Ele é da Espanha. Ainda penso comigo: teria ele perdido a própria identidade e se encontrado como um espanhol? Precisei aceitar de certa forma com dificuldade que aquela pequena gafe talvez seja o que me identifica na repetição dos enganos que cometo por querer sempre estar certo de tudo.
Berlin é indescritível
He, He, He. Mas, eu posso pelo menos tentar descrevê-la. Tem de esperar a cidade escurecer para ser ainda mais bela quando se ilumina de vermelho da luz neon. Sentir que a cidade é grande. Azulejo da estação do metrô, ouro na cúpula do prédio, vãos do muro destruído que é a queda em construção. Taça de vidro na luz branca ao lado do veludo vermelho do sofá no café do museu de arte onde vi Nefertiti. E, outras tantas relíquias com mais de quatro mil anos de idade. A guia de turismo, sua voz firme animando, convicta das palavras. E de novo, as jóias do Egito Antigo. Ostentação, luxo, Mercedes, Semana da Moda, Vitrinas das grifes, Casa de Anne Frank, Centro Cultural Alternativo. Tem de entender porque dois lados opostos insistem em se harmonizar. É deslumbrante, é pulsante, e surpreendente por muitos e diferentes aspectos. Pela arquitetura, pela diversidade, pelo monumental, pelo contraditório.
Imaginem que os criminosos e loucos fossem soltos em uma cidade com a única condição de que não houvesse por parte deles invasão ao outro. Que os loucos fossem loucos para si e para os que assim os quisessem e, os criminosos, cometessem seus crimes de forma indireta pelo oportunismo, anônimos. Talvez, alguma coisa assim aconteceu em Berlin.
Passei pelas calçadas, vi Berlin pelo avesso. Dentro de Berlin vi a Berlin da calçada. Aqui onde estou; na meia hora que me separa de Berlin eu posso ver Berlin ainda dentro de mim. E no trem, e em um Café, quando olho através da vidraça vejo o que Berlin não vê. Eu vejo Berlin passar.
Achei uma frase: I Love Money. O site do pintor é
www.luxxus-berlin.com
Amanhã eu penso no quanto eu vi e aprendi neste mês de Alemanha e no quanto ainda tenho que viver nos dias de viagem que me resta. E, imagino a aventura de encontrar a cidade de Paris, e Londres, Amsterdam, e a Itália. Ufa, quero forças...
O café da manhã aqui do albergue estava muito bom. Teve suco, queijos, pães, mel, geléias, manteiga, café, leite, iogurte. Sadio e gostoso. Sem tumulto porque é baixa temporada e aqui é um lugar afastado onde no verão se pratica esporte aquático.

ENFIM BERLIN

Enfim Berlin
Sexta-feira, 30 de janeiro de 2009
Não é por nada, mas eu já estava cansando de Düsseldorf. Depois de quase trinta dias na mesma cidade as opções acabaram se tornando repetitivas. E, habituar-me voltar todo dia para uma casa estranha me fez perceber detalhes que a primeira vista não era perceptível. A sujeira do quarto, por exemplo, a falta de esponja na cozinha e do detergente de louça. As pequenas coisas do cotidiano, enfim, que só se admite aturar quando se trata da própria casa. E em casa alheia não nos compete reclamar. Afinal ali eu era só um hóspede.
Reconheço, porém, que sem a experiência da neve e da rotina daquela cidade, dos seus itinerários, dos seus mercados, do modo de vida alemão, que eu tive oportunidade de tocar eu não conseguiria optar hoje por me albergar, dividir quarto com algum estranho e assimilar as informações da maneira como eu pude fazer na solidão no meu quartinho na casa de Frau Clemens.
Ontem comemos nhoque do Fortuna, Cristina Poli, seu “habib” e eu. Foi uma noite com muita conversa. Vida, Arte. A Cris criou um delicioso molho com cogumelos e berinjelas. São amigos queridos agora deste lado do planeta. Contratei um taxi que me apanhou lá as 3 e 45 da madrugada, até Hauptbanhof. Depois de atrasos no embarque por me confundir com o “gleis”(portão de embarque) cheguei até o aeroporto de Köln e no avião da AirBerlin voei para Berlin. Da belíssima estação de trem vim para o albergue onde estarei até dia 5, dia de ir a Paris. O frio aumentou e a neve cai de vez em quando deixando pequenos montes gelados pelas calçadas. A cidade chamou atenção pela impressão de um urbanismo cosmopolita. Eu intuí certa informalidade nos berlinenses. E um detalhe que não via em Düsseldorf: leitores nos trens.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

De comunicação



Diário de viagem
24.01. Sábado, cinzento. Quantos dias têm que, o sol é uma mancha amarelada e fosca atrás de um borrão esbranquiçado! Eu precisei lavar roupas. É verdade que a relação com a senhoria se tornou impraticável depois que ela me fez entender sem tradução simultânea que eu atrapalhei a sua vida quando dei o número daqui para a Cristina. PARANÓIA: Talvez a vontade dela fosse de que eu não achasse a casa para ela ganhar grana sem ceder nada de seu espaço. Então toma, biba! Vai para o tanque ou paga a lavanderia! Fui para a lavanderia. Procuro pela atendente. Ela inexiste. Painéis lotados de informação, é claro que, em alemão, informam tudo que é preciso saber para lavar a própria roupa. Três pessoas. Um rapaz que fuma um cigarro tranqüilamente. Uma leitora de qualquer coisa que houve algo nos seus fones. Um, outro, que se abala com minhas tentativas frustradas de que a máquina aceite nota minha nota de cinco Euro. Com paciência o (d)eficiente auditivo ensina o analfabeto a ler aquele micromundo. Botões para os números do sabão em pó e do amaciador e da máquina de lavar e da máquina de secar. Ele me manda ir passear, e eu entendo, apontou para o relógio de tempo da máquina marcando 30 minutos de lavagem. E eu fui. Comprar caviar para fazer moedas e secar a roupa. No caminho ligo para Cris, dou risadas e descubro que deixei tudo sozinho na Schnell und...(esqueci o segundo nome da lavanderia, agora). Volto ansioso, mas sem pressa na esperança de que as roupas estejam ainda lá. O silêncio da audição do meu anjo da guarda instantâneo para assuntos de lavanderia eu posso ouvir. Nossa comunicação foi possível, pois havia o desejo dele em ser compreendido e a minha necessidade de interagir em um espaço do mundo em que pouca tolerância ainda persiste para aprendizagem. Que vontade saber Libras.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Das reverberações

20 de janeiro de 2009
Para Elida Tessler
Düsseldorf acordou escura. A lua minguante insiste em passear por sobre a linha do horizonte sem se arriscar a subir ao meio do céu. Pelo breu do chão caminho através do breu da manhã. Sei que ainda cedo a cidade já se mostra efervescente, com movimento de pessoas, carros e caminhões a cruzar suas vias, suas calçadas. Mas não aqui. A rotina de caminhar de casa até o ponto do ônibus em 400 metros de distância é pontuada por transeuntes raros e outros em carros a sair de suas casas para viver o dia. Avisto alguém com alguma dificuldade em uma bicicleta conversando com outro alguém. Sem entender o porquê, presto atenção no jeito nervoso dela falar. Tem algo no chão que por um momento eu penso que pertence a moça da bicicleta. Depois vejo que aquilo, parecia uma pasta, não lhe pertencia. Continuei caminhando em direção ao ponto de ônibus, imaginando perguntas a um interlocutor improvável, nem por isso menos real. Seria a solidariedade uma qualidade humana despregada do oportunismo? Para causar dano ao outro se exige agir com destreza tal quanto para o bem do outro. Por instantes a resposta surgiu na imagem do “Ensaio Sobre a Cegueira”, que reverberou naquele instante. Um que ajuda o cego para possuir o que aquele que cegou tornou com sua cegueira objeto do desejo para quem ajuda. Ajudar para se apropriar daquilo que quem necessita não viu: e que a ele pertence. Logo na esquina da Bunzlauer Weg vi o ônibus passar em minha frente para estacionar no ponto. Com um movimento brusco ameaço atravessar a rua em direção a ele e um carro muito silencioso e devagar quase para sem na verdade diminuir a velocidade. Hesito e decido seguir, mesmo sem necessidade por tempo. Estava adiantado no horário. Era só para não ter de ficar esperando mais tempo na parada. Já dentro, sento e observo pela janela as cores das luzes. O ônibus para. As luzes são amarelas dos postes e as brancas dos faróis dos carros chamam minha atenção como pontos flutuantes no espaço negro. O sinal verde surge sem que eu tivesse antes visto um vermelho. Uma e outra cegueira. Penso-digo: Em que outra previsão para o futuro eu aposto?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

07.01.2009 quarta-feira
A aula foi intensa como o próprio nome indica: “Intensiv Cassic 4”. Fui para a aula com o tema de casa pronto. A professora é exigente e não posso desviar a atenção das explicações dela correndo o risco de perder aprendizado. Ela usa o quadro, o livro, cartazetes, retroprojetor e tem uma dinâmica estimulante, que me faz perceber uma interação com o idioma, já me propiciando entender algumas palavras ditas e escritas. Após a aula houve uma pequena confraternização regada a uma bela mesa de queijo, frutas e pães. Identificaram-se as procedências dos alunos ali presentes na fala dos anfitriões. Em seguida fomos para a Hauptbanhof a fim de explorar o mundo subterrâneo de Düsseldorf. Conheci o funcionamento do metrô, de forma que agora posso desbravar a cidade sem sentir tanto frio pelas calçadas. Visitei um bairro de lojas internacionais e a Altstadt que tem prédios antigos, um museu de cinema, cafés, e restaurantes. Na volta eu e Monika nos separamos do grupo e procurei com ela um hotel. Comprei um adaptador elétrico para o meu cabo do notebook e do carregador do celular. Daí, ela decidiu voltar para um hotel já conhecido. Fugimos do frio para um bar. Tomei café, conversamos um pouco e voltei para a Oppelner Weg. Preparei a Sprätzer de pacote. Ficou bom demais. Vi um pouco de TV. Tentei usar a câmera de vídeo no notebook. Em vão.
08.1.2009 quinta-feira
Hoje não foi diferente. Recebi o tema de casa com correções. E um recado: gut. A professora estava um pouco apressada no início, mas depois ela retomou o ritmo e tudo correu bem. Consegui usar o wireless enviei algumas mensagens e salvei duas fotos daqui para o ORKUT. Ficou tarde e fomos nós almoçar, Deni, eu e Monika no Maredo. Comi batata com molho frio de queijo e uns vegetais com fatias de panquecas. Estava bom, nada de mais. Para ser sincero a Sprätzer de ontem estava quatro vezes mais barata e duas vezes mais saborosa. Voltamos com a Monika, de metrô. Nós nos despedimos: Tchüss, Das morgen. Já em casa, Cristina Poli ligou e confirmei o passeio de amanhã para Köln. Quando devolvi o telefone para Frau Clemens ela fez algum comentário sobre os minutos de conversa. Eu não entendi direito. Talvez seja que eu tenha ficado tempo demais falando. De qualquer maneira ela poderia não ter passado a ligação, o que seria uma sacanagem já que ela foi atenciosa e prestativa ao indicar o caminho para eu chegar aqui. Na programação cultural hoje a noite seria a ida para o Pub Red Lounge. Pelo cansaço e porque quero estudar um pouco, além de me guardar para o passeio de amanhã declinei da proposta para me afofar por aqui mesmo.
09.01.2009 sexta-feira. Depois da aula fomos visitar Köln e aproveitei para encontrar e agradecer Cristina Poli com uma pedra lapidada que havia trazido de Encantado, quando fui a Santo Ângelo em maio. Ametista, lilás. A catedral de köln é belíssima. O museu de arte está com exposição de casais de artistas. A imagem da exposição é um objeto de Frida Kahlo – assemblage. O acervo também não é desprezível. Visitei três andares, sendo muita coisa de arte sacra, com obras de 1500, pintura, até o pré-modernismo, e algum Kandinsky. Jantei com Cris, passeamos. Antes da janta um bar fascinante com quadro objetos e fotos antigas, lindo. Depois da janta indiana (eu comi cogumelos com molho, arroz e pão com alho) bar alternativo. Nós nos despedimos um do outro, na estação onde aprendi com ela a comprar bilhete nas máquinas. Cristina fez uma pequena instalação com cartões de banheiro do bar. Agora é uma pequena obra de sete itens.
10.01.2009 sábado
Caminhei muito e passeei muito na margem do Reno e depois da ponte. Conheci o kunst-museum-palast, WUNDA. Nem entrei na exposição, pois só o prédio já mereceu uma visita de tão fantástico e imenso que é. Depois descobri outros locais mais afastados e comprei chocolate no mercado Aldi. Bom e por 60 cents de euro. Comi pizza num restaurante italiano. Marguerita que é a brasileira Muzzarela. Delícia. Pocurei por casacão. Achei o mais fofo que tinha por 60 euro. Na Galeria, um centro de marcas, tipo uma grande magazine com produtos diversificados. Achei também uma agência de turismo que, levo fé, poderá me ajudar nos passeios para Paris, etc. Voltei para casa tri cansado de tanto andar.
11.01.2009 domingo
Acordei cedo. Fui para a Alstadt. Entrei numa galeria para ver a feira de objetos antigos. Lá encontrei uma bela plaquinha de madeira pintada, mas como não houve entendimento de preço desisti de comprar. Almocei panini e café. Andei muito a pé e de trem. Curti a cidade. Vitrines das lojas fechadas, detalhes das avenidas e prédios. Os modernos e os antigos também. Hoje teve ópera. Fui conhecer a Ópera de Düsseldorf. Simples e confortável o local. Paguei um preço baixo de sieben euro, pois apresentei a identidade do Goethe Institut. O espetáculo Hänsel und Gretel, com fosso de orquestra, efeitos especiais no palco, imenso cenário, enfim uma bela montagem, bastante tradicional. Apesar de eu não entender o idioma, pude olhar a história de João e Maria da minha infância ser retratada nas performances dos artistas. No intervalo comi um pão salgado em formato de rosca (no Brasil chama “Pretzel”). No final muito aplauso. Aqui o povo é caloroso e aplaude muito tempo e sentados. Foi emocionante ver a alegria dos artistas, o orgulho dos músicos da bela orquestra, e a Arte contaminando a alma de todos ali. O gelo das calçadas derreteu, pude perceber voltando para casa. Meu coração, sinto, está morno novamente.
12.01.2009 segunda-feira
Cheguei atrasado para entrar na sala de aula. Percebo que já entendo melhor os números, os verbos, os pronomes pessoais, os artigos feminino, masculino e neutro. Tinha uma estagiária que deu um atendimento e ajudou a “nossa mesa” com os estudos. A quantidade, intensidade de atividades permanece. Fortaleço a amizade com Monika, saímos no intervalo para tomar café juntos, conversamos, rimos. À tarde passeamos até a torre de mais de cem metros perto da margem do Reno. É fascinante observar a paisagem e, principalmente o urbanismo de Düsseldorf com os conjuntos de prédios e os espaços internos das quadras. Tem cor, tem organização, limpeza. O ascensorista nos permitiu conhecer o restaurante giratório, que estava fechado para o café. Ele foi extremamente gentil e bem humorado. De lá seguimos para a Altstadt para almoçar. Achamos um lugar especializado em frutos do mar. Self-service. Comi salada e um pãozinho, Monika atacou filé de pescado e fritas. Estava bom. Água aqui é demasiado cara. Sou viciado nela, mas vou tentar achar outra coisa mais em conta, tipo chá ou suco. Depois do almoço fomos para comprar mantimentos no mercado Aldi. Monika pagou zehn cents pela sacola. Eu uso minha bolsa WUNDA para carregar espaguete em caixa - o molho e o queijo e o tempero vem na caixa junto, e outras coisas como chocolate, que aqui custa barato. Achei pasta de tomate seco. Voltei para casa, antes ainda comprei um salgado de espinafre na Hauptbanhof . Dormi, acordei. Separei a revista de viagens da agência de turismo e o programa do festival de dança. Amanhã quero pesquisar e contratar a viagem para Paris e ingressos
para ver dança.